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domingo, 2 de março de 2014

Talvez um domingo...



                         

                          Talvez eu precise parar de dizer que é tarde, ou parar de começar parágrafos com "talvez", talvez... não contabilize tantas misérias quanto acho ter, achar... "Achar": O talvez das suposições. Achar: Talvez: fico dando voltas em mim até furar o chão, já que o limite que a terra me dá parece ser pouco para minha depressão de domingo ao invés de começar a ser criança outra vez, explorar o espaço, me expedir no que posso ou ser essa broca de carne, ossos e pensamentos retóricos perfurando o tempo, assistindo o carnaval como um imenso domingo, não falo daqueles domingos que brilham e todos mergulham no lago parado da felicidade, que tem cheiro de mãe e almoço, que tem cheiro de família, nesse domingo não preciso fechar os olhos para sentir o que sou, eu ouço o gargalhar dos meus sobrinhos relevando o peso da insatisfação que qualquer homem digno de uma barba branca, que já era ríspida desde o balançar das minhas fraudas tem o direito de ter, eles gargalham e pensam, ou "acho" que pensam: "Deus! como podem cabelos arranhar tanto?! Esse deve ser o homem mais forte do mundo", assim como eu pensava quando minhas orelhas ardiam. Sim, esse é o homem mais forte que já conheci em toda minha vida, que anda devagar sobreposto o peso dos erros que cometera, devido o crescimento dos filhos, o nascimento dos netos, para sorrir aos domingos os devaneios de um bilhete não premiado de loteria e contrariar só de pirraça a fidelidade companheira, que sorri simples afim de fazer sorrir os já criados e as criaturinhas, os padrinhos e afilhados, agregados, e os lembrados no porta retratos do apara.dor, eu acho... talvez... que o tempo seja o preço da felicidade em família. Fora isso, eu detesto domingo, por que a segunda é no outro dia, disso... eu tenho certeza.   

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