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terça-feira, 1 de outubro de 2013

O datilógrafo

 
             


                  Na entrevista de seu martins como o ultimo datilógrafo do bairro do Centro, perguntaram desconexamente em plena convicção de um resposta lirica:

                      --Seu Martins, Como é ter 115 anos de vida?-
                      --115 anos lhe mostra como a vida lhe faz ridículo nas mínimas dificuldades do dia dia, retrata a tristeza e melancolia de um robô velho em meio um futuro ultratecnológico, sua densidade planando quase insignificante a outros tão alheios que nem lhes sentem mais pelas ruas, e ainda assim, a essa altura teima em ter preocupações e treme ao segurar o guarda-chuva, e nessa chuva de multidões, você não sabe mais o que é lembrança o que é vida, nessa altura a novidade é a morte, mas a pior parte dá velhice não é saber que não há outra fase, não é "zerar o jogo", a pior parte dá velhice é ser invisível.
                          


 João Pessoa, Setembro de 2103

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