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sexta-feira, 26 de junho de 2009

As virgens

Canta a carnificina da dança dos urubus,
que voam sobre as meninas que sangram,
o sangue e pus,que escorrem das suas vidas,
varridas a nuas dormidas,comendo seu pão e sua cruz,
que a fome faca da seca, cega cortando a luz, não fere,
não passa manteiga no orgão que lhe introduz, a luz!
E a quem darmais dor, mais falta de amor?
E como é que fica se um dia eu for, e não o que penso que sou?

É o resto batido no peito
que bate em efeito da cocaína,
é o prego batido no pulso
da esperança morta há tantos anos
que brilha no crepúsculo
da salvação dessas criaturas,
morrendo no chão moribundas,
subindo ao céu tão imundas,
vagabundas! cantem essa ruína,
que a carnificina cantam as prostitutas.


Lambam! Lambam!
esse prato cuspido,
esse Cristo esculpido
despido de culpa,
pecando nas camas
por suas semeias,
buscando as alheias,
mulheres sem lei,
porém, ó rei!
Salve as santas
e os filhos da puta,
amém!

Um comentário:

  1. Esse eu já tinha ouvido x)
    Muito bom.
    Tava na hora de cê criar um espaço pra sua arte

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